segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Eleita vira febre na Bulgária e influencia disputa política

Filha de búlgaro, a presidente eleita do Brasil virou superstar no país de origem de seu pai, a ponto de ser envolvida em disputa entre presidente e primeiro-ministro
02.11.2010| 01:30

Presidente eleita do Brasil dominou noticiário búlgaro

''Nacionalizada'', Dilma Rousseff se transformou em febre na Bulgária, com destaque na imprensa e a ponto até de virar motivo de uma guerra política na Bulgária, entre o presidente socialista, Georgui Parvanov, e seu arquirrival, Boyko Borisov, primeiro-ministro populista do País.

Ambos travam uma batalha política, com acusações mútuas e uma agenda de reformas paralisada. Dilma, que desde domingo ganhou status de superstar na Bulgária, acabou fazendo parte da disputa. Nos sites, pesquisas de opinião até foram lançadas para saber se o cidadão búlgaro tem ou não o direito de se orgulhar do “passado búlgaro” da presidente eleita do Brasil. A maioria respondeu que sim.

Petar Roussev, pai de Dilma, nasceu na cidade de Gabrovo, interior da Bulgária. Em 1929, deixou o país e uma esposa grávida de sete meses. Hoje, a Bulgária vive situação crítica. Politicamente, presidente e primeiro-ministro não se entendem. Economicamente, a crise é profunda. Como resultado, a Bulgária é vista como país-problema da Europa.

Domingo, Parvanov foi rápido em sair à imprensa para mostrar à população que uma “búlgara” havia obtido sucesso no Exterior e que nem todos os imigrantes eram sinônimo de problemas. Em carta à presidente eleita, convidou Dilma para que visite o país. “Seguimos a campanha com enorme interesse na Bulgária e sua eleição no deu muito orgulho”, disse.

Horas mais tarde, para surpresa da diplomacia búlgara, outro convite. Desta vez era o primeiro-ministro Borisov que a felicitou e também cobrou visita ao país de origem de seu pai. Tradicionalmente, não cabe ao primeiro-ministro fazer tais declarações.

Mas diplomatas dentro do Itamaraty já alertam para um “alto risco de frustração”. Para experientes diplomatas brasileiros, nada vai mudar e a Bulgária, em plena crise, não ganhará novo status na agenda brasileira.

Ontem, a imagem de Dilma era um constante nas TVs e sites do país. A notícia de sua vitória ainda foi amplamente comentada pela população. “Só se fala na Dilma hoje (ontem) nas ruas e bares de Sofia”, apontou Momchil Indjov, jornalista.

Primas e tias de segundo grau de Dilma que nunca a tinham visto deixaram tudo o que precisavam fazer para dar entrevistas. “Não aguento mais dizer que estou feliz e que nunca a vi na minha vida”, brincou Ralitsa Neguentsova, prima de Dilma “Mas a verdade é que eu só posso desejar tudo de bom para ela e para o Brasil”, afirmou Ralitsa, que ocupa um alto cargo na Comissão Eleitoral da Bulgária.

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